segunda-feira, 25 de junho de 2012

A Cúpula dos Povos foi o melhor da Rio + 20


Para registrar o que foi dito com muita propriedade pela jornalista, Iara Pietricovsky, do Inesc - abre aspas,  “Um cenário lamentável de retrocesso. Os governos, pressionados por uma lógica de “cada um por si” e o mundo que se dane, nos levaram a assistir uma farsa. A abertura oficial, comandada pela presidenta brasileira, Dilma Rousseff, e pelo Secretario Geral da ONU, Ban Ki Moom, foi realizada em um ambiente insosso, burocrático. Os governantes discursaram para uma plateia desinteressada e como se tivessem copiado um o discurso do outro. Monocórdios, sem luz, sem compromisso repetiam a mesma ladainha, sem brilho e vigor. "
"Esse foi o sentimento predominante dos representantes da sociedade civil que assistiram a abertura. Pensar que em 1992 o mundo vivia a expressão máximo do neoliberalismo, quando presenciou o desmantelamento do papel do Estado, a transferência progressiva do poder às grandes corporações financeiras, comerciais, industriais e agrárias. "
"Hoje observamos um processo declarado de apropriação privada do espaço público de forma geral e irrestrita, inversão de uma ordem que nos custa reverter 20 anos depois e com a anuência dos governos. Vimos governos fracos, apresentando um documento inconsistente e sem a ambição necessária para reagir à destruição do Planeta, que ainda pensam na lógica do crescimento econômico como base para o enfrentamento das crises econômica, social e ambiental.”, - (grifo nosso) concordamos plenamente com as colocações da brilhante jornalista, essa também foi a nossa visão.
Mas que isso, vimos que na Cúpula do Povos ouve uma grande corrente convergente para buscar melhorias para nossas vidas e a vida de nossos filhos e netos por  um planeta melhor. Ao contrário do que aconteceu no Rio Centro onde foi elaborado um documento que leva nada a lugar nenhum.

Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP

sábado, 9 de junho de 2012

OSCIP Piratingaúna fecha parceria para operar Centro Indígena no Amazonas

Cacique Geral dos Munduruku visita Barra Mansa para conhecer de perto Centro de Educação Ambiental e Viveiro de Mudas da Oscip, no KM-4

A Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Associação Ecológica Piratingaúna assinou na semana passada, termo de parceria para operar a construção do maior Centro Estadual de Referência do Indígena do País, coordenado pelo Cacique Geral da Nação dos Índios Munduruku, Natanael Parente. O projeto, localizado na região Sul do Amazonas, às margens do Rio Madeira em Manicoré, beneficiará milhares de índios das sete aldeias da Nação Munduruku.
Para o cacique Natanael, um dos grandes facilitadores para a execução do projeto, o fato de a área onde será construído o Centro de Referência Indígena pertencer aos próprios índios, diferente do restante das terras indígenas do Brasil, que estão nas mãos da Funai (Fundação Nacional do Índio) é fundamental para a criação do centro. “São 10 hectares de terras que ficam a sete quilômetros da cidade. Será um projeto de desenvolvimento ambiental sustentável, cultural e de crescimento das nações indígenas. No nosso entorno estão mais de 45 aldeias de várias etnias”, explica.
Segundo Célio Judson de Souza, que fará a assessoria em nome da Oscip, o projeto está orçado na ordem de 70 milhões de reais e inclui a construção de 20 ocas e unidades habitacionais em conformidade com os costumes indígenas, arena para disputa de jogos indígenas, Hotel de Transito para atendimento aos povos indígenas de outros estados brasileiros com capacidade inicial de 120 leitos, Centro Nacional de Exposição de Artesanato, área de alimentação com restaurante e fast food para atendimento ao visitante. “Teremos o apoio do Senai e do Senac que vão qualificar a mão de obra indígena. O projeto ainda terá posto de saúde, sala digital, internet, auditório para 600 pessoas”, comentou.
O projeto ainda prevê a construção de uma usina eólica e uma usina foto voltaica, biodigestor para a geração de energia limpa para o abastecimento do complexo. Serão construídos também viveiros para a produção de espécies nativas da região para reflorestamentos.
De acordo com presidente da Oscip, Eduardo Wernech, o termo de parceria já foi assinado e agora depende apenas dos trâmites legais junto aos Órgãos Governamentais, como Ministério do Planejamento/Ministério da Justiça/Ministério do Meio Ambiente e Recursos Hídricos/Governo do Amazonas
Além do Centro Indígena de Manicoré – AM, está prevista a captação de recursos também para a construção de outros dois, em Jaraguá - São Paulo e Angra dos Reis/Paraty, no Rio de Janeiro.
Cacique visita CEA Júlio Branco, em Barra Mansa
Durante a visita que fez a Barra Mansa para assinatura do contrato, o cacique Natanael Parente conheceu a estrutura da sede da Oscip, no bairro KM-4, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Ele viu de perto o Centro de Estudos Ambientais - CEA Júlio Branco, a produção de mudas dos 5 viveiros de Mata Atlântica e a área de 30 hectares, onde alunos do Curso de Biologia do Centro Universitário de Barra Mansa realizam pesquisas de fauna e flora, numa parceria entre a Universidade e a Oscip.
Para a bióloga Valéria de Almeida, responsável técnica e fitoterápica do CEA Júlio Branco, a parceria firmada entre a entidade e os índios terá um grande valor histórico-cultural-social-ambiental. “Receber o cacique nos nossos viveiros tem um valor muito importante para os alunos, para Barra Mansa e para a Oscip. Hoje, temos mais de 70 mil mudas em formação e já efetuamos o plantio de mais de 500 mil em três anos”, explica.
Na opinião do engenheiro agrônomo José Fausto Ferreira Júnior, que faz parte do corpo técnico da Oscip, a região do Rio Madeira, onde será implantado do Centro Estadual de Referência Indígena de Manicoré, no Amazonas, representa uma nova linha de atuação dos trabalhos da Piratingaúna.
Os Mundurukus - Grupo indígena que habita o sudoeste do estado brasileiro do Pará, mais precisamente as áreas indígenas Cayabi, Mundurucu, Mundurucu II, Praia do Índio, Praia do Mangue, Sai-Cinza. Tamém estão no leste do estado do Amazonas, nas terras indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó e no oeste do Mato Grosso, na Reserva Indígena Apiaká-Kayabi. Também são chamados de Weidyenye, Paiquize, Pari e Caras-Pretas. Têm uma população de 11. 630 ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de trinta aldeias. Falam a língua mundurucu, a qual pertence ao grupo linguístico macro-tupi.
Fonte: Publicado no Jornal Folha do Interior em 09/06/2012